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O nojo, as saudades de casa e a pergunta que volta a ele todos os dias: “O que fazemos nós aqui?”. E ele, um homem culto, que no seu monólogo faz as referências às obras de Arte, ele que testemunha a crueldade da guerra que o marca profundamente, ele não sabe a resposta.
Fala sobre si e seus companheiros :
‘..Nascidos sob o signo da Mocidade Portuguesa e do seu patriotismo veemente e estúpido de pacotilha, alimentados culturalmente pelo ramal da Beira Baixa, os rios de Moçambique e as serras do sistema Galaico-Duriense, espiados pelos mil olhos ferozes da PIDE, condenados ao consumo de jornais que a censura reduzia a louvores melancólicos ao relento de sacristia de província do Estado Novo, e jogados por fim na violência paranóica da guerra..”. Já é bem visível que o protagonista não concorda com a política da Metrópole, queixa-se dela, queixa-se da censura, da violência e miséria mas ao mesmo tempo não luta contra...
É indiferente e apático. A única coisa que faz é uma crítica.
É por causa do medo ou do caráter fraco?
Na minha opinião é o medo que paralisa-lo. Isso é bem compreensível, no tempo da guerra paga se pela deserção com sua própria vida...
A crítica de Estado Nvo é um dos elementos de que gostei mais durante a leitura. ALA critica não só o sistema mas também os seus valores, especialmente a religiosidade em vez de avemarias os soldados rezavam-se com vivapátrias e angolenossas, lindo!
ResponderEliminarO que queres dizer exactamente com "queixava-se (...) dos companheiros que pedem: ‘Me arranja uma doença doutor.’"? É uma crítica aos soldados?
ResponderEliminarQueres aprofundar em que consiste "o medo" do narrador? Medo de quê ou de quem? E não será ter medo o resultado de um carácter fraco? Ilustra a tua análise com exemplos do texto.
só mais uma achega para o comentário acima. Como enquadrar o "medo" na decisão de enfrentar a guerra e não fugir como outros fizeram?
ResponderEliminarO texto tem algumas referências a isto